• 24/09/2019
  • por Resenha Politika

Operação

Desembargador cajazeirense Siro Darlan é alvo de operação da PF no RJ

Desembargador cajazeirense Siro Darlan é alvo de operação da PF no RJ

Policiais federais (PF) fazem hoje (24) uma operação contra um esquema de vendas de sentenças na Justiça do Rio de Janeiro. O Setor de Inquéritos Especializados (Sinq) da Polícia Federal cumpre 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A PF não divulgou o nome dos alvos da chamada operação Plantão.

De acordo com a PF, o esquema criminoso envolvia a negociação de medidas liminares deferidas, pela Justiça, mediante o pagamento de vantagens indevidas a autoridades públicas.

De acordo com o inquérito no STJ, o desembargador Siro Darlan usava os plantões judiciários para vender habeas corpus e, assim, liberar os presos.

Um dos casos foi revelado em outubro do ano passado. Marco Antonio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, suspeito de chefiar uma milícia em Del Castilho, na Zona Norte do Rio, foi libertado por um habeas corpus de Siro Darlan.

Catiri foi preso enquanto corria na esteira numa academia num shopping de Del Castilho, na Zona Oeste do Rio.

Outros dois casos foram revelados pelo jornal O Globo em dezembro do ano passado. Em um deles, uma colaboração premiada foi anexada ao documento. Um delator contou à Justiça que ouviu de um preso ter pago R$ 50 mil a um intermediário do magistrado.

A negociação teria sido feita em favor de Ricardo Abud, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Resende. Abud foi preso em 2015, acusado de praticar irregularidades na Câmara dos Vereadores de Niterói.

O outro caso apurado no inquérito é do preso Samyr Jorge João David, cuja prisão foi decretada em junho de 2016 por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte), roubo e interceptação.

O desembargador, na ocasião, afirmou que o sigilo bancário está aberto e não tem nada a temer em relação ao patrimônio.

"Meu compromisso é com a lei. Não tenho interesse, vivo na mesma casa há muitos anos. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) pode dizer se recebi algumas coisas. Meu sigilo bancário está aberto. Não tem nada a temer em relação ao patrimônio. As minhas decisões, a mim pertence. Sugerir que as decisões de qualquer magistrado, em razão de propina, é um ato de irresponsabilidade", explicou Darlan.

Siro Darlan explicou que se voluntariava aos plantões. Até 2017, cada noite trabalhada correspondia a dois dias de férias.

Mas o Conselho Nacional de Justiça obrigou o TJ a acabar com o plantão voluntário e estabelecer uma escala anual com os 180 desembargadores.

Hugo Sant'anna respondeu desconhecer o esquema de pagamento de propina aos desembargador Siro Darlan. Disse ainda que acredita que o magistrado sempre teve uma postura correta e ética e não acredita nas acusações.

Com G1

 

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