• 08/04/2021
  • por Resenha Politika

Agroindústria

Aumento na produção de leite faz crescer parcerias por tanques de resfriamento na Paraíba

Aumento na produção de leite faz crescer parcerias por tanques de resfriamento na Paraíba

Seu Irivanildo Leite Guimarães é produtor de leite em São José de Caiana, município da região conhecida como Vale do Piancó, uma tradicional bacia leiteira no Sertão paraibano. Ele é um dos 25 criadores, atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial do Senar, que se viram diante de um dilema: aumentaram a produção, mas não tinham clientes para quem vender.

A solução veio com a instalação de tanques de resfriamento que recebem a produção até a coleta pelo Laticínio Lutty, em novembro do ano passado. A agroindústria produz queijos, manteiga, doces e requeijão e atualmente está pagando R$ 1,63 pelo litro do leite.

“Foi algo maravilhoso, não só para mim, mas para todos produtores que tiram o seu ganha pão do leite. Eu já cheguei a colocar leite num tanque da cidade vizinha, Itaporanga, mas os meus custos eram maiores, eu pagava frete e ainda recebia menos pelo leite. Agora melhoraram até a rotina de trabalho e a qualidade de vida”, afirmou o produtor.

A conquista do tanque só foi possível através da atuação do Sindicato Rural de São José de Caiana. O problema foi percebido pelo então presidente, Luiz Júnior, desde 2017, mais ou menos quando também começou a atuar como técnico de campo da ATeG do Senar. Só que além da dificuldade de acesso ao mercado, também havia outros problemas na cadeia produtiva.

“Comecei a observar o potencial leiteiro da região e em parceria com o Senar, iniciamos capacitações de fabricação de derivados do leite, armazenamento de forragem (fenação e silagem), assistência técnica e gerencial na atividade de bovinocultura leiteira”, comentou.

As negociações para instalação do primeiro tanque duraram cerca de 2 anos. Mas para conseguir o segundo foi bem mais rápido e aconteceu em fevereiro deste ano, cerca de 5 meses depois do primeiro. Isso porque o tanque anterior já não dava mais conta do volume que saltou de 262 litros por dia para, com 9 produtores, para 800 litros atualmente, com 25 criadores.

Do valor pago pelo leite ao produtor, R$ 0,10 é retirado para manutenção da estrutura: despesas como energia, água, aluguel, funcionário, produtos de limpeza e para a testagem do leite. Os tanques estão instalados num prédio próximo à sede do sindicato.

Realidade também em outros municípios

Iniciativas semelhantes estão sendo desenvolvidas por Sindicatos Rurais em outros municípios paraibanos. É o caso de Olivedos e Gurjão, no Cariri, São Mamede, no Sertão e Conceição, no Alto Sertão do Estado. Todos são beneficiados pelo programa Agronordeste, uma parceria entre o Mapa, Anater e o Sistema CNA.

Nessa última cidade, a parceria também foi com o laticínio Lutty e já beneficia 17 produtores que entregam em torno de 400 litros/dia. O faturamento bruto já chega a R$ 20 mil por mês e os efeitos já estão sendo percebidos, segundo o presidente do Sindicato Rural de Conceição, Vicente Ramos.

“Os produtores estão todos satisfeitos porque, antes da instalação do tanque, eles não tinham a quem vender. Agora, a gente já houve relatos sobre o desejo de aumentar a produção e fazer melhoramento genético dos rebanhos. Fora o impacto no comércio local e também na contratação de mão-de-obra nas propriedades”, comentou o presidente.

O tanque está instalado na sede do Sindicato e os custos com energia elétrica são compartilhados entre produtores e o laticínio. O litro é comprado a R$ 1,60, mas o repasse aos produtores é de R$ 1,55. A agroindústria completa a despesa da eletricidade com mais R$ 0,05 por litro.

Assessoria de Comunicação Sistema Faepa/Senar-PB