• 05/08/2020
  • por Resenha Politika

Nordeste

Cearenses desenvolvem molécula sintética que pode impedir a infecção por coronavírus

Cearenses desenvolvem molécula sintética que pode impedir a infecção por coronavírus

Pesquisadores cearenses desenvolveram uma molécula sintética que aparenta ser capaz de impedir o vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, de infectar as células humanas. A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo que objetiva produzir um medicamento eficaz contra o novo coronavírus a partir de moléculas desenhadas pelos próprios pesquisadores.

O estudo é o primeiro no mundo a utilizar moléculas da classe de peptídeos para impedir a infecção do coronavírus. Na teoria, a molécula cearense é capaz de confundir as proteínas spike do Sars-Cov-2, localizadas na coroa do vírus, cuja função é invadir as células humanas.

Funciona assim: as proteínas spike do coronavírus reconhecem um receptor das células humanas, chamado ACE 2. Então, elas interagem com o receptor e abrem caminho adentro das células, utilizando-as para multiplicar o código genético do vírus e, então, provocar uma infecção. O que os peptídeos cearenses irão fazer é induzir as proteínas spike ao erro.

“É como se você pegasse uma chave de uma fechadura que não é dela”, ilustra Pedro de Souza, autor principal e líder do estudo publicado na revista científica International Journal of Biological Macromolecules no dia 1º de agosto. Pedro de Souza, doutor da Universidade Federal do Ceará (UFC), trabalha desde 2016 com moléculas sintéticas.