• 30/10/2019
  • por Resenha Politika

Brasília

Bolsonaro pedirá a Moro que PF ouça porteiro que o citou em investigação sobre assassinato de Marielle

Bolsonaro pedirá a Moro que PF ouça porteiro que o citou em investigação sobre assassinato de Marielle

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (30), que vai pedir ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que o porteiro que o citou nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) preste novo depoimento à Polícia Federal.

Bolsonaro ainda acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de atuar em conluio com o delegado do caso com o propósito de atingi-lo eleitoralmente. Segundo Bolsonaro, Witzel é pré-candidato a presidente em 2022 e tem uma “tara” por ele e pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho mais velho.

“No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil para tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação de que eu poderia estar envolvido na morte da Marielle”, disse o presidente a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado, em Riad, na Arábia Saudita.

De acordo com reportagem veiculada nessa terça-feira (29) no Jornal Nacional, um porteiro do condomínio onde o presidente morava no Rio afirmou à Polícia Civil que, horas antes do assassinato da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes, um homem chamado Elcio entrou dirigindo um Renault Logan prata e afirmou que iria à casa 58, onde Bolsonaro vivia. O ex-policial militar Elcio Queiroz é um dos suspeitos de matar Marielle e Anderson.

> Bolsonaro ameaça não renovar concessão da Globo após reportagem sobre o caso Marielle

Conforme relato da TV Globo, o porteiro do condomínio afirmou em depoimento que ligou para a casa 58 e o “seu Jair” atendeu e autorizou a entrada de Elcio. A reportagem mostra, no entanto, que Bolsonaro estava em Brasília naquele dia. Elcio se dirigiu à residência de Ronnie Lessa, outro suspeito que morava no condomínio Vivendas da Barra.

O presidente disse que Witzel sabia há pelo menos 20 dias que ele foi citado no depoimento do porteiro. “Não sei quem é o porteiro. Eu não tive acesso (ao processo) como a Globo teve, como o Witzel teve. O processo corre em segredo. Nós sabemos que são pessoas humildes, que quando são tomados depoimentos sempre estão preocupadas com alguma coisa. No meu entender, o porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordem do senhor Witzel, governador”, acusou Bolsonaro.

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