• 27/02/2022
  • por Resenha Politika

Eleições 2022

Especialista: Urna eletrônica tem mais de 30 barreiras de segurança

Especialista: Urna eletrônica tem mais de 30 barreiras de segurança

Muito se falou recentemente sobre a segurança das urnas eletrônicos e do atual sistema eleitoral do Brasil. Lançado em 1996, o equipamento passou a ser alvo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da sua militância , que sempre que pode, coloca em dúvida a contagem dos votos.

A desconfiança do presidente, no entanto, é infundada, segundo aponta o ex-secretário de TI do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Giuseppe Janino, que participou da implantação do sistema digital de votação.

"A urna eletrônica veio para solucionar um problema no processo tradicional: a intervenção humana, e o que decorre disso. Nós tínhamos um processo com baixíssima credibilidade porque levava-se semanas para o resultado ser apresentado, e quando se apresentava, ele era sempre acompanhado de muita suspeição. A urna se tornou um modo eficiente, eficaz e confiável de voto, porque na medida em que o processo eleitoral embarcou na tecnologia, passou a evoluir na mesma velocidade, utilizando todas as funcionalidades que esse aspecto oferece, como a segurança, verificação de integridade, criptografia, entre outros", explica Janino.

A mudança do voto impresso para o registrado de forma digital, segundo ele, foi uma resposta a necessidade do próprio país. Ele cita que além dos 46 países que votam exclusivamente em urnas eletrônicas, há outros que operam com os equipamentos de forma parcial. A adoção completa pode ainda não ter acontecido pela falta de eventos que exigissem uma transformação total.

"Certamente não tiveram o motivador ligado às questões de fraude que o Brasil teve. É bom lembrar que países ditos desenvolvidos adotam sim, urnas eletrônicas. Dos 50 estados norte-americanos, ao menos 19 utilizam urnas semelhantes às do Brasil, certamente motivados pela nossa experiência".

Nos quase 26 anos de utilização das urnas, Janino afirma que não houve nenhum episódio de grande relevância que indicasse algum tipo de fraude nos equipamentos. "Temos uma história que demonstra que o nosso processo eleitoral, capitaneado pela urna eletrônica, é seguro", reiterou.

Sistema independente

Apesar de reconhecer que nenhum sistema está 100% blindado, Janino aponta que o TSE promove verdadeiras maratonas de testes nas urnas eletrônicas.
O equipamento não tem conexão com a internet, e para hackeá-lo, seria preciso, segundo o especialista, estar com ele em mãos - uma ação à distância não resolveria - e quebrar as mais de 30 barreiras físicas e lógicas manualmente, uma a uma. 

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