• 03/04/2021
  • por Resenha Politika

Desigualdade

Pobreza causada pela pandemia deve persistir pelos próximos anos

Pobreza causada pela pandemia deve persistir pelos próximos anos

pandemia do novo coronavírus evidenciou as desigualdades da população brasileira e fez o número de pessoas vivendo na extrema pobreza disparar. A situação, que deve persistir pelos próximos anos, não tende a ser amenizada pelas parcelas menores do auxílio emergencial a ser pago a partir da próxima terça-feira (6).

De acordo com estudo da FGV Social, o número de brasileiros que tinham uma renda inferior a R$ 246 saltou de 9,5 milhões para quase 27 milhões em menos de um ano. O valor é 160% inferior ao necessário para comprar uma cesta básica na cidade de São Paulo, cujo custo estimado é de R$ 639,47, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

De acordo com Augusto, a situação de vulnerabilidade social causada pelos reflexos da pandemia vai persistir ainda pelos próximos anos. "O que está acontecendo hoje a gente vai carregar por algumas décadas", lamenta ele, que estima uma trajetória de recuperação difícil no caminho do Brasil.

Augusto defende uma ação rápida de ajuda à população mais carente e às pequenas empresas para impedir um colapso maior.

"A perda do controle da pandemia leva ao aumento das dificuldades econômicas do país em geral. Mas, se a gente comparar com março do ano passado, temos um problema muito mais grave, porque os hospitais estão lotados, o número de mortes é muito maior e as ferramentas criadas para lidar com a pandemia foram descontinuadas", avalia Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese.

As projeções da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) apontam que a crise sanitária causou o primeiro aumento da população na linha da pobreza extrema desde 1998, A avaliação leva em conta que o grupo dos que recebem menos de US$ 1,90 (cerca de R$ 10) por dia deve superar os 130 milhões de pessoas pelo mundo.

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