• 02/06/2024
  • por Resenha Politika

60% das pessoas com distúrbio da tireóide não sabem que têm o problema; médica esclarece sobre diagnóstico e tratamento

60% das pessoas com distúrbio da tireóide não sabem que têm o problema; médica esclarece sobre diagnóstico e tratamento

Dados da pesquisa internacional realizada pelo instituto YouGov mostram que no Brasil 15% da população acima de 45 anos sofre de problemas na tireóide. No mundo, 1,6 bilhão de pessoas podem ter algum distúrbio da tireóide, sendo que uma em cada oito mulheres desenvolverá o problema durante a vida. Uma estatística preocupante é que até 60% das pessoas que vivem com um distúrbio da tireóide não são diagnosticadas, fazendo com que muitos sequer saibam a causa raiz de seus sintomas. 

A médica endocrinologista Annelise Meneguesso, conselheira do Conselho Federal de Medicina (CFM) pela Paraíba, esclarece sobre a importância do diagnóstico e tratamento do hipotireoidismo e hipertireoidismo. “Milhares de pessoas possuem algum problema com a tireóide e não sabem. Precisamos alertar e esclarecer sobre os sintomas e a importância de um diagnóstico para as doenças da tireóide e assim, realizar um tratamento rápido e seguro”, disse.

A profissional esclareceu que o hipotireoidismo é uma disfunção na tireóide (glândula que regula a função de importantes órgãos do organismo), que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), levando a uma desaceleração do metabolismo. De acordo com ela, a doença pode afetar qualquer pessoa em todas as faixas etárias, incluindo recém-nascidos, mas é mais frequente em mulheres e idosos.

“Em recém-nascidos, o hipotireoidismo pode ser diagnosticado através da triagem neonatal, pelo Teste do Pezinho, que deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e o sétimo dia de vida do bebê. Já em adultos, na maioria das vezes, a doença é causada por uma doença autoimune denominada Tireoidite de Hashimoto”, destacou a endocrinologista.

Annelise Meneguesso destacou que podem ser sintomas de hipotireoidismo a depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, falhas de memória, cansaço excessivo, dores musculares, pele seca, queda de cabelo, ganho de peso e aumento de colesterol no sangue.

Tratamento – Segundo a médica, o tratamento é feito com o uso diário de levotiroxina, na dose prescrita pelo médico, em microgramas. Para reproduzir o funcionamento normal da tireoide, Annelise lembrou que o medicamento deve ser tomado todos os dias. “Se estiver usando a medicação regularmente, e dessa forma mantendo os níveis de TSH dentro dos valores normais, quem tem hipotireoidismo pode levar uma vida saudável, feliz e completamente normal”, disse.

Já o hipertireoidismo é um problema na tireoide que se caracteriza pela produção excessiva dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Segundo Annelise, a doença pode ocorrer devido ao excesso de iodo que pode estar presente em alguns medicamentos, ao surgimento de nódulos que produzem hormônios tireoidianos, ao funcionamento mais acelerado da tireóide ou à ingestão inadequadados hormônios da tireóide.

Diagnóstico – Essa etapa é feita através de exames de sangue, com a dosagem dos hormônios tireoidianos (T3 e T4, que ficam aumentados) e do hormônio que regula a tireóide, o TSH. A causa mais comum de hipertireoidismo é a Doença de Graves, que ocorre quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que atacam a própria glândula tireóide. “Vale destacar que um dos sintomas mais característicos da Doença de Graves ocorre nos olhos, como dor na movimentação, fotofobia olhos vermelhos e exoftalmia”, frisou.

Os sintomas mais comuns do hipertireoidismo, segundo Annelise Meneguesso, são: nervosismo,ansiedade e irritação, assim como mãos trêmulas e sudoreicas, além de intolerância a temperaturas quentes, hiperdefecação, fraqueza muscular, queda de cabelo e perda de peso. “O tratamento do hipertireoidismo deve ser acompanhado por um endocrinologista e a dosagem hormonal precisa ser checada periodicamente”, alertou.

 

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