• 13/12/2022
  • por Resenha Politika

Dia do Forró

Luiz Gonzaga e o cajazeirense Zé do Norte deram vida a 'Mulher Rendeira', um dos maiores clássicos da música nordestina

Luiz Gonzaga e o cajazeirense Zé do Norte deram vida a 'Mulher Rendeira', um dos maiores clássicos da música nordestina

Você sabia que um dos maiores clássicos do forró tem a composição do cajazeirense Zé Norte, que logo depois lançou Luiz Gonzaga para Brasil? Pois é, os dois foram parceiros por anos e começaram a fazer sucesso nas emissoras de rádios do Rio de Janeiro na década de 40. A música ‘Mulher Rendeira’ foi interpretada pelo ‘Rei do Baião’, que hoje, dia 13 de dezembro completaria 110 anos de idade. Nesta data se comemora o Dia Nacional do Forró.

Em 1941, Zé Norte foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) e participou de programas, como "Desligue, Faz Favor " e "Hora Sertaneja". Passou depois para as rádios Fluminense, Clube do Brasil, Guanabara, atuando como animador, organizador, cantor e declamador. Nesse tempo, Zé do Norte lançou em programa de rádio o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga. Foi aí onde surgiu a parceria a gravação de ‘Mulher Rendeira’

 

A música logo tomou grandes proporções e foi regravada por vários artistas. Ela foi interpretada ainda por Demônios da Garoa, Trio Nordestino, Elba Ramalho, dentre outros artistas brasileiros. A música, no entanto, não se limitou ao território nacional e ganhou uma versão em espanhol, ‘Mujer Hilandera’, do grupo peruano Juaneco y su Combo, na década de 1970.

 

O artista de Cajazeiras que saiu ainda na infância foi morar em Fortaleza, morreu em 1992 no Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

 

 

Zé do Norte

O menino Alfredo Ricardo, órfão de pai e de mãe, teve uma infância muito pobre. Trabalhou na enxada, apanhou algodão, conduziu tropas de burro. Gostava de cantar desde a infância, mas sem imaginar que isso pudesse ser meio de vida.

Em 1921, foi para Fortaleza e alistou-se no Exército, indo servir no Rio de Janeiro. Convidado, atuou em programa de rádio, obtendo grande sucesso com uma embolada de sua autoria. Acabou sendo levado para a Rádio Tupi onde cantou adotando o pseudônimo de Zé do Norte, em 1940.

Zé do Norte publicou o livro "Brasil Sertanejo" em 1948 e cinco anos depois atuou como consultor do linguajar nortista e compositor no filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto (1953). Sua música "Mulher Rendeira" (sobre motivo atribuído a Virgulino Ferreira, o Lampião) ficou mundialmente conhecida após ser incluída no referido filme.

Entre suas mais de 100 composições, a segunda mais famosa é "Sodade Meu Bem, Sodade" (1953), regravada por vários intérpretes, como Nana Caymmi, Pena Branca e Xavantinho, Socorro Lira, Marcus Lucenna, Xangai e Maria Bethânia.

Suas músicas foram interpretadas por uma gama variada de artistas, incluindo Raul Seixas (ele gravou uma bela versão de Lua Bonita, no disco A Pedra do Gênesis, de 1988), Caetano Veloso (ele inseriu a música Sôdade, Meu Bem, Sôdade, no disco Transa, de 1972, ao longo da execução de sua música It's a Long Way, muito embora não tenha dado os devidos créditos ao autor), Geraldo Azevedo (Meu Pião) e Joan Baez.

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