- 04/05/2024
- por Resenha Politika
Cid solto e delação mantida: entenda detalhes da decisão de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou, ontem, que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, retorne à liberdade provisória. A determinação do magistrado veio depois de análise do depoimento prestado pelo militar ao próprio STF. Além de soltar o oficial do Exército, Moraes também manteve válida a colaboração premiada firmada por Cid com a Polícia Federal (PF) e a Corte.
O militar, porém, terá de seguir restrições — como usar tornozeleira eletrônica e mantê-la funcionando plenamente; não ter contato com outros investigados; e se apresentar periodicamente à Justiça. Cid retornou à liberdade provisória no mesmo dia em que foi preso pela primeira vez — em 3 de maio de 2023.
Mas, na detenção de março passado, o acordo de delação correu o risco de ser cancelado depois que áudios de conversas entre Cid e um interlocutor foram divulgados. Neles, fez graves acusações ao inquérito no qual está arrolado — o que incluiu suspeitas sobre a inidoneidade das investigações da PF e a respeito da condução de Moraes (veja na linha do tempo as principais datas que culminaram na ida do tenente-coronel para a cadeia).
O militar relata na gravação que os investigadores estariam a pressioná-lo para que desse informações atendendo a supostos interesses. E que Moraes teria tomado a decisão de condenar qualquer um que esteja nos inquéritos relacionados a Bolsonaro.
"Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que não sei, que não aconteceu. Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não querem saber a verdade, só queriam que eu confirmasse a narrativa dele. E todas vezes eles falam: 'A sua colaboração está muito boa'", acusou Cid.
Correio Braziliense